quinta-feira, 22 de março de 2012

CPFL Renováveis diz que PCH pode demorar até dez anos para retomar competitividade

CPFL Renováveis diz que PCH pode demorar até dez anos para retomar competitividade
Companhia, porém, continua tocando projetos com vistas em reviravolta no futuro
Jornal da Energia 
gasbrasil.com.br

Os investidores que atuam no setor de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) ainda acreditam na fonte, apesar do fraco desempenho dessas usinas nos últimos leilões realizados pelo governo e na dificuldade para viabilizar empreendimentos no mercado livre. A principal aposta é em conseguir mostrar os “benefícios globais” das pequenas centrais – como, por exemplo, o fato de estarem próximas aos pontos de consumo, a qualidade da energia gerada e a segurança proporcionada ao atendimento do sistema no horário de ponta. Assim que isso for possível, os agentes acreditam que conseguirão persuadir o governo a manter a expansão da fonte na matriz energética brasileira. Contudo, isso deve demorar um pouco - ao menos na avaliação de Márcio Severi, diretor institucional da CPFL Renováveis. “A retomada da competitividade das PCHs dependem da quantificação desses benefícios. É uma tarefa de médio prazo, que pode demorar até dez anos.” Até que isso aconteça, ele propõe uma contratação mínima para não “matar a fonte”. A companhia tem propriedade para falar no assunto. Ela opera 306,7MW em PCHs, além de manter uma carteira de projetos em desenvolvimento de mais 632,3MW. Mas o que reflete o atual momento é exatamente a quantidade de usinas em construção: apenas uma, a PCH Salto Góes, de 20MW, em Santa Catarina. “Estamos desenvolvendo os projetos de PCHs. Deixando-os prontos para uma retomada”, explica Severi. Nesse momento, o diretor da CPFL Renováveis, que também acumula o comando do departamento de regulação e comercialização de energia, faz um alerta. “A empresa que não fizer uma diversificação de fontes pode ter problema. Porque o mercado é cíclico e cada hora a fonte da moda muda.” E continua: “é arriscado ficar em uma só (negócio). Nossa estratégia é mais segura”, aponta o executivo, uma vez que a CPFL Renováveis investe em biomassa, eólicas, PCHs e já visa energia solar. Nessa última área, a empresa tem um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de 1MW em desenvolvimento na cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Questionado se a companhia deverá realizar novas aquisições, Severi afirma que a empresa está, sim, preparada "para ir às compras”. A CPFL Renováveis comprou nos últimos meses as geradoras Siif Ènergies , Bons Ventos e uma unidade de cogeração que era controlada pela Usina Açucareira Ester. A CPFL Renováveis tem como sócia majoritária a CPFL Energia, com 63%. Outros membros da companhia são Pátria Investimentos (9,4%), Eton Park, por meio da Secor LLC (9,24%), BTG Pactual, por meio do FIP Brasil Energia (7,6%), Bradesco, por meio do FIP Multisetorial Plus (5%), GMR Energia (3,2%) e DEG KFW (2,4%).

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