sexta-feira, 14 de março de 2014

Risco de Racionamento em 25% - Não será melhor controlar o consumo?

Resultado contradiz resultado de simulação do governo que adotou procedimento ortodoxo para analisar possibilidade de falha no suprimento

Um levantamento feito a pedido da consultoria PSR, publicado no Energy Report, apontou que há déficits de suprimento de energia em 21 das 81 séries de vazões históricas simuladas. Este resultado contradiz o que o governo afirmou ao fazer a sua simulação nesta mesma base de dados onde não registrou problemas em nenhuma delas. A única explicação para essa contradição estaria em uma simulação com procedimento diverso do aplicado por agentes do setor com base no PMO de março de 2014.

Logo em seguida revela que este procedimento operativo, classificado como ortodoxo, consiste em atender a qualquer custo a demanda a cada mês, sem qualquer redução preventiva da demanda. Chamada de "operação kamikaze", neste tipo de operação, explica a consultoria, a falha de suprimento só é registrada quando se esgota os reservatórios. Neste caso em apenas uma série de vazões haveria déficit de energia. Contudo, este tipo de operação não poderia ser realizado porque se todos os reservatórios ficarem muito vazios, com nível de 10% da energia armazenada por submercado, há sério risco de perda de controle operativo e consequentemente colapso no fornecimento. Na simulação realizada, em cinco séries históricas nesta simulação os reservatórios ficaram, em algum mês, abaixo de 10% de armazenamento na região Sudeste, o que significa uma probabilidade de déficit de 6,2%.

A consultoria acrescenta que esta análise considera que todos as séries do histórico têm a mesma probabilidade. No entanto, "na vida real existe uma dependência entre as vazões que ocorrem em meses consecutivos. Por exemplo, se janeiro for um mês seco, há uma maior probabilidade de que fevereiro seja também um mês seco, e vice-versa: se janeiro for molhado, é mais provável que fevereiro seja também molhado; e assim por diante." Com o ajuste da dependência, a probabilidade de déficit aumenta para 12%.

Na análise da consultoria, além da operação kamikaze, as simulações oficiais incorporam três outros fatores que tornam o resultado ainda mais otimista. O primeiro é o ritmo de esvaziamento dos reservatórios que é menor do que o observado na realidade. O segundo é a redução das vazões no Nordeste inferiores à média nos últimos 20 anos. E, por último, o atraso, classificado com o crônico nos cronogramas de entrada em operação de reforços na geração de energia em comparação ao projetado nos PMOs. E cita, que em 2012, só entrou em operação apenas 20% da energia nova prevista e 33% em 2013. Enquanto isso, as simulações oficiais entendem que o cronograma será cumprido à risca.
Fonte: Canal Energia

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