quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tiros contra a State Grid atingem as costas da Copel


Tiros contra a State Grid atingem as costas da Copel

A barricada armada pelo governo contra a expansão da State Grid no
Brasil desencadeou um curto-circuito nos planos da Copel. A mobilização
do Planalto e do Ministério de Minas e Energia para que a NeoEnergia não
seja vendida aos chineses ocorre justamente no momento em que a
estatal paranaense negocia um grande acordo com o grupo asiático. As
duas empresas costuram a criação de uma joint venture para
investimentos conjuntos na área de transmissão. O projeto prevê tanto a
entrada nos próximos leilões da Aneel quanto a compra de participações
em concessões já em operação.
Segundo informações filtradas junto à Copel, as primeiras conversas com
o alto comando da State Grid foram conduzidas pelo próprio governador
Beto Richa. No entanto, os fatos recentes acenderam uma luz vermelha
no painel da companhia e do próprio governo do Paraná. Duas questões
estão remoendo as autoridades paranaenses. A primeira é saber se os
chineses manterão o interesse no projeto diante da oposição explícita do
governo federal. Ao mesmo tempo, a cúpula da Copel discute
internamente até que ponto vale a pena levar adiante uma associação
com um investidor estrangeiro que entrou para o índex do Planalto.
A Copel e a State Grid já são parceiras em um consórcio que arrematou a
concessão de linhas de transmissão em São Paulo no mais recente leilão
da Aneel, realizado em março. Trata-se, no entanto, de um grão de areia
perto das possibilidades de negócio que vêm sendo alinhavadas pelas
duas empresas. De acordo com a fonte ouvida pelo RR, a State Grid tem
cerca de US$ 1,5 bilhão para investir em transmissão no Brasil.
Procuradas, State Grid e Copel não quiseram se pronunciar sobre novas
negociações.
Ao se aproximar da Copel, o grupo chinês buscou uma
complementariedade operacional. A ideia era ter um parceiro
relativamente forte na área de geração, criando uma sinergia com os
negócios em transmissão. Agora, no próprio governo do Paraná vozes
mais otimistas dizem que a sociedade com a Copel pode até ter um valor
simbólico para a State Grid. A parceria com uma empresa pública serviria
como um atenuante às diatribes do governo. No entanto, este raciocínio é
minoritário. Na estatal paranaense, predomina um clima de apreensão. O
RR apurou que existe um desconforto em dar continuidade às gestões
com a State Grid enquanto o imbróglio em torno da NeoEnergia não for
equacionado

Nenhum comentário:

Postar um comentário